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De geração em geração. O mundo do trabalho a quatro mãos.

Certamente que  já ouviu falar em geração X, geração Y ou Z, mas sabe o que é que isto significa exatamente? E que impacto pode ter a coexistência das várias gerações num mesmo local de trabalho? Explicamos-lhe porquê.

Embora não seja uma ciência exata, a classificação de gerações é muito utilizada por organizações das ciências sociais como o Pew Research Center nos Estados Unidos,  interessada em medir as atitudes do público  em temas chave  e documentar as diferenças nessas atitudes entre os grupos demográficos. As gerações são uma das lentes que este centro de dados utiliza para entender as diferenças geracionais. Através desta lente os investigadores conseguem ter uma visão de como são vividos determinados acontecimentos e experiências formativas, por exemplo, como é que determinados eventos mundiais, e mudanças tecnológicas, económicas e sociais interagem com o ciclo de vida e o processo de envelhecimento e de como estes  ajudam a moldar a visão do mundo destas pessoas.

A classificação das gerações tem vindo a ser utilizada também pelas empresas como forma de agrupar as características comportamentais de indivíduos que nasceram num determinado intervalo de tempo. Esta classificação permite às empresas aprimorar a sua comunicação e o seu discurso de acordo com as particularidades de cada geração, destacando-se num mercado cada vez mais competitivo. Além disso é também útil para perceber como é que cada indivíduo se comporta no mercado de trabalho de acordo com a geração a que pertence.

Verifica-se cada vez mais nas empresas diferentes gerações no local de trabalho, sendo uma tendência que está a moldar quer o recrutamento, quer a forma de gerir equipas. Embora todos os colaboradores de uma forma geral ambicionem um trabalho significativo, a forma como cada geração atribui esse significado e consequente motivação varia.

Mas afinal quais são as gerações?

Os Baby boomers correspondem à geração que viveu durante o período do pós guerra. Nascidos entre 1945 e 1964, nasceram num período marcado por uma taxa de natalidade em franca expansão nos países anglo-saxónicos, à qual  devem o seu nome. É a geração que viveu os Beatles, a ida do Homem à lua e viveram todos o período de evolução tecnológica  e o aparecimentos dos meios de comunicação.  São a geração com um padrão de vida mais estável (familiar e profissional), possui um rendimento mais consolidado, usa as experiências passadas como exemplo para o consumo futuro e não se deixa influenciar facilmente por terceiros.  É uma geração otimista,  firme e madura nas decisões e continua física e mentalmente ativa. Caracterizam-se pela ambição e dependência do trabalho, são os chamados workaholics.

A geração X deve o seu nome ao fotógrafo Robert Capa que cunhou assim um trabalho seu que procurava capturar como era a vida dos jovens que cresceram depois da Segunda Guerra Mundial. Esta geração compreende as pessoas nascidas entre 1965 e 1981, altura em que a Europa estava a ser reconstruída. É uma geração individualista marcada por um período turbulento em que encontrar emprego era difícil. No entanto é uma geração que não vive para trabalhar, colocando  ênfase no equilibro entre a vida pessoal e a vida laboral. São independentes, funcionam bem quando desafiados , são adaptáveis e flexíveis.

A geração Y ou Milennials nasceram ente 1980 e 1996 e são conhecidos como os primeiros nativos digitais. No entanto, nasceram ainda na época analógica e migraram para o mundo digital, todavia a tecnologia faz parte do seu dia-a-dia. Preferem os computadores aos livros, estão sempre conectados, partilham tudo o que têm e procuram informação fácil e imediata. É uma geração inconformista e ambiciosa para atingir as suas metas. São muito adaptáveis, flexíveis e com um grande espírito empreendedor.

A geração Z é a geração nascida entre 1995 e 2010. Nasceram já com a internet e esta invade a sua educação e forma de socializar. Dominam as tecnologias como ninguém e são quem dá mais voz às causas sociais online. São muito imediatos, já que gostam de ter tudo na hora, estão marcados pelos youtubers e influencers que seguem virtualmente qual grupo de fás. Independentes, consumidores exigentes, são multitarefas com um tempo de atenção muito breve. Os seus hábitos de trabalho ainda não são claros, mas sabe-se já que estão ansiosos por ganhar dinheiro e mudar o mundo.

São estas as gerações que coabitam no local de trabalho podendo isto ser uma mais-valia para as empresas que saibam tirar partido das diferenças e potenciá-las. Promover uma cultura de tolerância  para com os diferentes estilos de trabalho e o respeito pelas diferentes perspetivas  é desejável se  se quiser manter um elevado nível de rendimento e motivação por parte de todos os colaboradores. Uma das maiores vantagens de ter várias gerações no local de trabalho é a oportunidade de ter conhecimentos diversos, mentalidades diferentes e experiências distintas, que só enriquece a cultura da empresa. Saber estimular a partilha destas diferenças pode ser o segredo para o sucesso da empresa. Colocar diferentes gerações a partilhar saberes, como a prática do reverse mentoring que já falámos me artigos anteriores traz resultados interessantes.

 

Sugestões de leitura:

Pew Research Center
https://www.pewresearch.org/fact-tank/2019/01/17/where-millennials-end-and-generation-z-begins/

BBC News| Brasil

https://www.bbc.com/portuguese/geral-48438661

Solo GenX warriors

https://sologenxwarriors.com/tag/robert-capa/